Como o Facebook rastreia seus usuários

O Facebook está perto de fechar um acordo com o governo americano para ter sua política de privacidade fiscalizada durante 20 anos.

Agora a rede social está se mostrando mais aberta para comentar como rastreia seus cerca de 800 milhões de usuários.

O diretor de engenharia do Facebook, Arturo Bejar, e outros funcionários da empresa revelaram, em uma série de e-mails e conversas por telefone, que a rede social registra páginas da internet que cada usuário visitou nos últimos 90 dias.

Ela também consegue obter informações de milhões de não-usuários que visitam alguma página do Facebook por algum motivo.

Para fazer isso, a empresa se baseia na tecnologia de rastreamento de cookies, recursos existentes nos navegadores capazes de guardar informações como login e senha (para que o usuário não tenha de digitá-los toda vez que acessa o site). Como eles permitem memorizar as preferências do usuário, muitas vezes dados confidencias, esse é um método questionável no mercado de internet — mas largamente usado por Google, Adobe, Microsoft, Yahoo e muitos outros na indústria da publicidade online.

A empresa coleta dados de diferentes maneiras para cada tipo de usuário (o que acessa a rede social e está usando sua conta; os que estão desconectados da rede; e o que não têm conta no Facebook).

Entenda:

– O processo de rastreamento começa quando o usuário visita um perfil no Facebook. Se ele escolhe criar uma conta, a rede social insere um “browser cookie” e um “session cookie” no navegador usado, como Explorer, Firefox ou Google Chrome. Este último cookie memoriza: nome, e-mail, lista de amigos e preferências do usuário reveladas pelos botões “curtir”, além de IP, sistema operacional, versão do navegador e data e hora em que cada site com plug-in do Facebook foi acessado.

– Se o usuário navega em páginas do Facebook, mas não está conectado à rede ou não tem conta, apenas um “cookie” do navegador é ativado. Informações pessoais não são coletadas. É possível saber do usuário o IP, a resolução da tela, o sistema operacional, a versão do navegador, data e hora em que cada site com plug-in do Facebook foi acessado.

– Isso ajuda o Facebook a: manter a segurança, já que fica mais fácil identificar e bloquear contas falsas, ataques virtuais e links maliciosos; aprimorar a experiência do usuário, pois vê-se como estão sendo usados os plug-ins do Facebook em páginas de terceiros, como sites de notícias; e gerar receita, uma vez que os links patrocinados aparecem para os usuários de acordo com as informações que ele revela em seu perfil e com as preferências deduzidas pelos botões “curtir” clicados.

O diretor de engenharia do Facebook disse que, tecnicamente, seria possível saber por onde andam os usuários da rede pela web quando não estão conectados ao Facebook. Mas não é o que a empresa faz.

E não poderíam fazer isso sem algum tipo de consentimento e divulgação.

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