Escolas chinesas negam ataque ao Google

Enquanto o Google decide se vai ou não fechar seu serviço de buscas na China, alunos de uma das escolas mencionada em algumas reportagens como responsável pelos ataques de hackers contra o gigante da Internet exibem sentimentos controversos.

À primeira vista, a Escola Vocacional Lanxiang, em Jinan, capital de Shandong, uma província no leste do país, dificilmente pareceria ser o tipo de local capaz de gerar ataques sofisticados a ponto de provocar a ameaça do Google de deixar a China.

Em um complexo murado e sob vigia severa de seguranças, estudantes descabelados treinam para diversas profissões, da mecânica de veículos à culinária. Muitos deles disseram nunca ter ouvido falar do Google, e que preferem o serviço chinês de buscas Baidu.

Portanto, a reportagem do New York Times que no mês passado indicou que pesquisadores acreditavam haver provas sugerindo ligação entre a escola e os ataques de hackers ao Google e mais de 20 outras empresas pegou muita gente de surpresa.

Pequim diz que combate os hackers e a escola, por sua vez, negou a reportagem.

“Nós rimos muito disso,” disse Zhang, um professor da escola de Lanxiang que se recusou a fornecer seu nome completo.

“Eles realmente colocaram nossa escola em um pedestal,” afirmou Zhang, enfatizando que Lanxiang era apenas uma escola vocacional e não uma universidade. “Caso os alunos tivessem melhores perspectivas, não estariam estudando aqui.”

Ainda assim, alguns dos antigos e atuais alunos afirmaram que não os surpreenderia se existisse conexão entre a escola e hackers.

“Creio que seja bastante possível. O foco do currículo de tecnologia da informação sempre esteve nesse tipo de coisa,” disse Shao, 28 anos, que se formou recentemente na escola e disse que “quase fui à loucura” devido ao ambiente restritivo que encontrou no seus oito meses em Lanxiang.

“As coisas são muito controladas lá. Você tem de pagar para carregar o celular, para usar a Internet,” disse.

O programa de tecnologia da informação da escola treina alunos “para recolher informações,” informou um professor, que não quis revelar seu nome.

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