Orkut a caminho do 1.0 – Vamos dar adeus ao “Beta”

O Google anunciou na última semana um update no Orkut. Já se sabe que os scrapbooks agora suportam um pouco de HTML, o suficiente para audio, vídeo, imagens e flash widgets em geral. E segundo rumores, novos temas e um pouco mais de controle sobre a aparencia do perfil é algo que estaria a caminho também.

E o que há de bom nisso??? Desde quando substituir o “clique no patinho” ASCII por um gif animado “best friends forever” cheio de estrelinha piscando mais que picachu-pega-epilético e fotos de bebês com mensagens de auto-ajuda tirados daquele email-powerpoint sao uma coisa boa?? Em que o mundo(ou o Brasil no caso) vai ganhar com adolescentes que mal sabem escrever direito (miguxês impera) trocando gifs de “thanks for the add” indiscriminadamente?

Bom, para começar, você provavelmente nunca mais terá que escrever num post-it <IMG SRC=”http://www.example.com/image.jpg” /> (usando duas canetas diferentes para indicar a parte a ser substituida pelo endereço da figura) e pregar no monitor de ninguém, só isto já vale o risco de ter que apagar goatses e tubegirls dos scraps uma vez por semana (minha conta anda as moscas mesmo). O orkut hoje é, queira você ou não, o primeiro contato que muitos no brasil tem com a web (pra não dizer com o computador), é o sitezinho inútil e viciante que faz muita gente dar seus próprios pulos pra não ficar de fora da brincadeira, é a ferramenta que conecta gente e mostra que existem idéias diferentes das passadas pelas novelas e showmícios. É uma comunidade semi-anárquica que educa na base da porrada, ensina como ser um pouco menos tonto, não clicar em qualquer coisa que vê pela frente, não postar informações privadas na rede e coisas do tipo. É um telecurso segundo grau intensivo disfarçado de piscinão de Ramos.

Eu tenho uma teoria: coloque um idiota para ler 1 hora de slashdot por dia e eu aposto que em menos de um mês o cara vai estar melhor (ou virar autista de vez, das duas uma).

Resumindo, permitir html nos scraps quebra a barreira do medo de codificar, desperta curiosidade, põe mais controle na mão do usuário, dá um gostinho do que é não estar preso às limitações impostas pelo meio, tira o gênio da garrafa. Se a competição por quem tem mais corações pulando no monitor for o que vai motivar alguém a aprender html ou Flash, se ter o escudo do framengo em 3d rodando é o que vai fazer alguém a se interessar por softwares de modelagem, ou se a vontade de botar uma menina poltergeist gritando no fim de um vídeo sério para assustar um colega é o que vai te incentivar a entrar no ramo de edição de vídeo, tem meu apoio.

Agora só falta abrir a API para quem sabe tirar o “beta” do logo no site…

via Fabricio Zuardi

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