Os mistérios não resolvidos de Lost

O escritor Stephen King, logo no começo da atração, comentou sua teoria para o programa, algo que todo “lostie” já fez um dia.

Segundo ele, todos estavam mortos.

Na época, a história foi motivo de chacota, pois daria à enigmática trama um final previsível.

E talvez ele tenha acertado, pois o final é aberto e passível de diversas interpretações.

Se em seus primeiros anos “Lost” utilizou da ciência, de elementos físicos e filosóficos para criar um fiel grupo de seguidores, ao longo dos 17 últimos capítulos a série utilizou da fé, do amor, da esperança e de soluções até simplistas para responder a poucas das questões largadas no passado.

Após “The end”, a ilha pode ser encarada como um lugar de redenção. A realidade paralela seria um purgatório, um ritual de passagem para o céu, o paraíso ou qualquer outro nome religioso que exista para definir a vida após a morte.

Selecionados por Jacob (fé), uma entidade cuja função é a de proteger aquele local único de seu irmão (razão), todos aqueles que levaram uma vida infeliz e solitária estiveram ali na ilha para cumprirem uma pena e terem uma segunda chance, que serviu para descobrirem quem realmente eram a fim de despertarem em outro plano espiritual – a realidade paralela.

Como explica Christian Shepard ao filho Jack, trata-se de um lugar em que todos chegaram juntos para que pudessem encontrar uns aos outros, pois a parte mais importante da vida de cada um foi o tempo que passaram juntos na ilha.

No começo do ano, os produtores executivos Carlton Cuse e Damon Lindelof adiantaram que o 6º ano de “Lost” teria uma relação maior com a 1ª temporada. E que o restante deveria ser encarado como parte uma grande jornada, de uma experiência à parte. O foco não seria responder aos mistérios, mas fornecer um bom final aos personagens.

Esqueça a Iniciativa Dharma, o templo ou as viagens no tempo de Faraday. Essas questões continuarão a fazer parte de um universo mantido apenas pelos fãs – que, aliás, desde que a série nasceu foram responsáveis por criarem na internet teorias muito superiores àquela sugerida em “The end” ou em outros episódios.

O “series finale” é um belo episódio, brega em alguns momentos até, e que fica naquela linha proposta por J.J. Abrams de sempre vir para confundir, não para explicar. Afinal, como se sabe muito bem em “Lost”, o que aconteceu, aconteceu.

Mesmo que a gente não saiba exatamente o quê.

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  1. Pingback: Os mistérios não resolvidos de Lost 25 de maio, 2010

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