O bom e o mau chefe

É claro que a pessoa que busca emprego está buscando a melhor colocação ou recolocação disponível.

E dentro das premissas que caracterizam o ótimo emprego, estão o ambiente de trabalho, os projetos desenvolvidos, a qualidade técnica da função, o salário, os benefícios, a imagem da empresa, o clima reinante e, evidentemente, o chefe.

Alguns mitos sobre o papel do chefe numa instituição têm sido questionados e derrubados com freqüência, nos últimos anos.

Vamos analisar alguns:

O Carrasco [spoiler]- não há mais espaço para o chefe que se sente o dono da vida dos subordinados, ameaçando aqui e ali de punições e demissão. Com um superior como esse ninguém rende o que poderia render. Muita gente deixa de enfrentar chefes como esse por medo de demissão, mas a lei trabalhista existe exatamente para proteger as pessoas de abusos desse tipo. A tendência desse chefe carrasco é desaparecer, porque não ajuda e ainda dificulta o trabalho dos funcionários e portanto o resultado das empresas. O mau chefe normalmente é também um mau executivo.[/spoiler]

O obscuro[spoiler] – é sempre difícil lidar com superiores que não orientam com diretrizes claras, mas com temas gerais. Normalmente esses profissionais alcançaram posições de gerenciamento por causa do talento técnico, e não pelas habilidades de comunicação. A saída é conversar com ele e pedir orientação, quantas vezes for necessário. Corra o risco de ser considerado pouco inteligente, mas pergunte. Com o tempo ele verá que o problema não é a sua falta de entendimento, mas do conteúdo pouco claro das orientações dele.[/spoiler]

O bebezão[spoiler] – existem chefes que agem como crianças mimadas, e são capazes dos comportamentos mais bizarros para conseguir o que querem. Podem ser extremamente rudes ou exageradamente dóceis. Têm explosões de raiva, ameaçam, jogam com a culpa, e às vezes até choram de verdade. Essas atitudes são condenadas nas empresas; é consenso que o executivo deve ser estável e equilibrado para liderar corretamente, porque as pessoas esperam comportamentos no mínimo previsíveis. A atitude a ser tomada com essas pessoas é de calma e paciência.[/spoiler]

O amigão[spoiler] – alguns chefes acham que fortalecendo os laços pessoais com os funcionários conseguirão melhores resultados. No entanto, doçura e envolvimento excessivos podem revelar fraqueza de caráter, e espantam as pessoas, em vez de aproximá-las. O melhor remédio é a moderação. Confidências pessoais com esse chefe, ainda que ele as estimule, devem ser feitas somente se os problemas de alguma forma resultarem em empecilhos para o trabalho. Alguma proximidade com o chefe é saudável, mas a hierarquia requer um prudente distanciamento profissional.[/spoiler]

Você, executivo, também não deve se esquecer de que corre o risco de um dia imitar um comportamento que você censura ou condena num chefe. Por esta razão as sugestões que apresentamos podem ser utilizadas para que você reflita sobre a sua própria postura como chefe. Posicionar-se em relação ao seu papel como gerente pode ajudar principalmente no momento da entrevista, quando deve transformar um monólogo em um diálogo.

A entrevista deve ser um caminho de duas mãos. O potencial empregador tem chance de conhecer você, mas você também merece a oportunidade de conhecer o seu potencial empregador. Para que possa começar num novo trabalho com a consciência necessária do que está sendo esperado de você. Ou até para que possa recusar o emprego e dizer, com tranqüilidade, “não, obrigado.”

Add Comment