Vírus no celular: Uma ameaça real

Por Igor Pankiewicz
No Brasil, de acordo com os relatórios de 2008 da Anatel, o número de pessoas com celulares já supera a marca dos 135 milhões, isto é, cerca de 35 celulares para cada 50 habitantes, com regiões como o Distrito Federal chegando a praticamente dois aparelhos por pessoa.
Estes dados se refletem em muitos países ao redor do mundo, compondo uma cadeia gigante de usuários.
Com tamanha popularidade, foi só uma questão de tempo até que as tentativas de invasões e vírus começassem a aparecer nestes pequenos aparelhos.

Como é possível?

Assim como nos computadores, grande parte dos celulares mais recentes (principalmente os das famílias de SmartPhones e Palms) agora utiliza um tipo de sistema operacional, no qual o usuário pode baixar e instalar arquivos, visualizar e navegar pela internet e até mesmo se conectar diretamente a outros dispositivos, seja por cabo ou ainda sem fio.
Games no Sony Ericsson F305
Estes, por sua vez, possuem brechas e falhas, as quais deixam o usuário à mercê de invasões e ataques de todas as naturezas. Embora não tão comuns, elas acontecem e não escolhem local.

O primeiro vírus

A primeira ameaça oficialmente reconhecida — pela Kaspersky Labs — surgiu no ano de 2004. Tratava-se do Cabir, um vírus para aparelhos com sistema operacional Symbian, que tinha como único objetivo escanear outros aparelhos com conexão livre por meio de Bluetooth (nós já tratamos do risco de deixar este recurso ativado o tempo todo neste artigo, não deixe de conferir).
Encontrado um aparelho aberto à comunicação externa, ele se replicava, mandando uma cópia ao futuro hospedeiro, sem qualquer sinal de sua ação, completamente oculto. Embora nenhuma outra ação de risco fosse executada, ele serviu para mostrar ao mundo todo o perigo que espreitava na escuridão. Para piorar ainda mais a situação, o código deste vírus foi distribuído abertamente na Internet a partir de 2005.

Como eles agem

Assim como o precursor, alguns dos vírus para portáteis e celulares tenta se disseminar por meio de comunicação sem fio, ou seja, pela rede ou por Wi-Fi e Bluetooth. Entretanto, dados os inúmeros modelos de aparelhos disponíveis no mercado e consequentemente a diversidade de sistemas e recursos, é difícil que estas ameaças se espalhem para muito longe da origem (os vírus são específicos, não compatíveis com aparelhos para os quais não foram projetados).
É aí que entra a forma de ameaça mais comum: por meio de arquivos infectados, obtidos ou diretamente da internet ou ainda pelo método mais prático, que é a transferência de dados com o computador por cabos USB.

Um perigo ainda maior

Depois de infectar o celular, um vírus pode realizar qualquer tipo de ação maliciosa, desde brincar com a sua tela — trocando papéis de parede e os comandos dos botões — até as mais comprometedoras, como enviar mensagens de texto a partir do seu aparelho para milhares de números de telefone, sem qualquer aviso e sem o seu consentimento (imagine o tamanho da dor de cabeça e o rombo no bolso).
Outro deles, chamado de Brador, é capaz de circular livremente pela memória do aparelho, apagando arquivos aleatoriamente, bloqueando seu acesso a agenda de contatos e até mesmo resetando o aparelho ao estado padrão de fábrica, sem todas as configurações.

O PC pode ter vírus mesmo que o antivírus não encontre nada?

Mas há ainda outra coisa que deve ser levada mais a sério. Seu celular é praticamente um diário pessoal, contendo nomes e contatos de todos os seus familiares e amigos, fotografias, vídeos, programas e em alguns casos até mesmo suas informações bancárias, já que muitos hoje realizam transferências por eles.
Tendo em vista que o primeiro vírus conseguia se duplicar livremente, não é difícil imaginarmos uma variante que copie seus dados na íntegra para terceiros. O maior exemplo disso é Paris Hilton, que supostamente teve suas fotos lançadas na internet por meio de uma ameaça similar.

Previna-se!

Calma! Não saia por aí apavorado e nem destrua seu celular, pois existem métodos de proteção! A primeira dica é manter a conexão Bluetooth desativada, a menos que você realmente vá utilizá-la. Mesmo assim, configure as opções de acesso e defina uma senha para a comunicação, isso é essencial para barrar os espertinhos.

Para tratar dos vírus, comece com seus computadores. Instale um antivírus de confiança e mantenha-o constantemente atualizado. Quando for instalar algo no celular, verifique o arquivo no computador.

Você também pode recorrer às versões portáteis (para celulares) destes “anjos da guarda”. Bons exemplos são o Bullguard, o Symantec específico para Symbians e o Kaspersky AntiVirus Mobile, também desenvolvido e disponível para uma extensa gama de aparelhos e sistemas operacionais.

Sempre atento

Das formas de proteção, a mais eficiente ainda é o cuidado com as suas fontes para navegação e arquivos. Nunca instale dados suspeitos ou com procedência duvidosa e evite deixar o aparelho exposto, sem senhas. A ameaça é rara, mas real, por isso fique atento!

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