Twitter prova que não é preciso ser jovem para ter sucesso

Kristen Nagy, 18 anos, de Sparta, Nova Jersey, envia e recebe 500 mensagens de texto ao dia.
Mas nunca usa o Twitter, ainda que este sirva para conversas e observações curtas semelhantes.
“Acho esquisito, e não quero que todo mundo saiba o que faço a cada segundo da vida”, diz.
A relutância dela em usar o Twitter, comum a muitas pessoas de sua faixa etária, não causou problemas ao serviço de microblogs.
Apenas 11% de seus usuários têm idades de 12 a 17 anos, de acordo com a comScore.
O avanço do Twitter foi propelido por um grupo de pessoas mais velhas, e pôs fim à crença muito comum de que são os jovens que primeiro popularizam as inovações.
O modelo tradicional para a difusão de uma tendência dispunha que adolescentes e universitários têm papel central. Foram os adolescentes, afinal, que propeliram o crescimento inicial de Facebook, MySpace e Friendster.
Já o Twitter provou que um site pode decolar com uma faixa etária diferente e conquistar grande popularidade. O Twitter está desafiando o modelo tradicional.
Na verdade, embora os adolescentes tenham propelido o crescimento inicial das redes sociais, respondem hoje por apenas 14% dos usuários do MySpace e 9% no caso do Facebook. A web está amadurecendo em paralelo aos seus usuários, e o Twitter representa novo modelo para o sucesso da Internet. A ideia de que os jovens são essenciais ao sucesso de uma nova tecnologia provou ser um mito.
Adultos propeliram o sucesso de muitos sites de sucesso na web. O YouTube começou a atrair jovens adultos e idosos antes de os adolescentes aderirem. A base inicial de usuários do Blogger era formada por adultos, e a LinkedIn construiu uma rede social de sucesso voltada a profissionais.
O mesmo se aplica a aparelhos eletrônicos. Embora videogames inicialmente tivessem o público infantil por alvo, o Nintendo Wii rapidamente chegou às casas de repouso. O Kindle, da Amazon, pegou primeiro entre os adultos, e diversos aparelhos, como iPhones e sistemas GPS, são vendidos quase exclusivamente a adultos.
O Twitter, do mesmo modo, não atraiu os jovens formadores de tendências, inicialmente. O crescimento do sistema surgiu entre adultos que antes provavelmente não utilizavam outros sites de redes sociais. Os adultos agora começam a fazer o que os adolescentes fizeram durante anos. Muitos jovens que usam o Facebook desde que começaram a utilizar a Internet e se comunicam primariamente por mensagens de texto afirmam que não têm necessidade do Twitter.
Quase todas as pessoas com menos de 35 anos usam redes sociais, mas o crescimento dessas redes nos últimos 12 meses surgiu principalmente entre adultos de meia-idade. O uso de redes sociais entre pessoas dos 35 aos 54 anos cresceu em 60% no ano passado.
Outro motivo para que os adolescentes não usem o Twitter é que suas vidas tendem a girar em torno dos amigos. O Twitter, embora concebido como forma de manter contato com amigos, se provou mais eficiente para a transmissão ideias e questões ao mundo externo, ou para comercializar produtos.
Muita gente usa o serviço para fins profissionais – manter contato com clientes e acompanhar notícias. Funciona melhor para isso do que para comunicação entre amigos.
Wendy Grazier, mãe de duas adolescentes no Arkansas, diz que as filhas consideram o Twitter como “inútil”, mas pediram que a mãe acompanhasse astros pop adolescentes como Miley Cyrus e Taylor Swift e lhes contasse o que escrevem. Por que não o fazem por conta própria? “Parece algo mais profissional, não muito adolescente”, diz Miranda Grazier, 16 anos. “Talvez eu comece quando ficar mais velha”.
A natureza pública das mensagens do Twitter também é preocupante para os menores de idade, quer porque desejem esconder de seus pais o que fazem ou, mais frequentemente, porque seus pais restringem qualquer interação com desconhecidos na web.
Andrea Forte, que escreveu uma tese sobre o uso de mídia social por adolescentes e lecionará na Universidade Drexel a partir do ano que vem, diz que “no Twitter, a identidade depende de oferecer conversa interessante, e não tanto da música que a pessoa ouça ou dos testes que responda”, como no Facebook, diz. Ela define o Twitter como “uma forma comparativamente adulta de interação”.
A ambivalência dos jovens pode ser vantajosa para o futuro do Twitter. Ainda que os adolescentes costumem se adaptar confortavelmente ao uso de novas tecnologias, tendem a ser volúveis. Depois de promover o crescimento do Friendster e do MySpace, eles trocaram esses sites pelo Facebook.
A experiência do Twitter talvez encoraje outras empresas iniciantes a encarar de forma mais realista quem usa a web, e assim a procurar audiências mais amplas, diz Forte. “As faixas etárias mais avançadas são um bom objetivo a almejar, em lugar dessa busca incessante por usuários dos 15 aos 19 anos”.

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