por Fábio Cipriani
Conhecimento é poder. Fingir é arrogante. E errar?
Quando falamos de conhecimento no âmbito individual temos duas situações:
1 – De um lado temos o que a real presença do conhecimento pode provocar (ou deixar de provocar). Aqui a palavra conhecimento significa saber alguma informação privilegiada, conhecer um assunto mais que outros ou mesmo conhecer pessoas e suas qualidades e defeitos mais a fundo para vivermos melhor em comunidade. Isso pode nos dar poder para nos destacar ou o poder de decidir melhor sobre os nossos atos.
2 – Do outro lado temos a arrogância de acharmos que sabemos tudo (ou quase tudo de tudo), um tipo de manifestação quase que intuitiva e inata de não parecer ignorante perante os demais. Dizer – “eu não sei” – parece ser muito difícil às vezes. O resultado é que podemos fornecer respostas inexatas que podem ter conseqüências imprevistas.
Só que a coisa toda não é assim tão simplória. E se o homem mais sábio do mundo errar porque arrogantemente achou que sabia? (1+2)
Pesquisando a respeito achei uma frase do Albert Einstein que caiu como uma luva: “Um ser humano é uma parte deste todo que chamamos de universo, uma parte limitada no tempo e no espaço. Ele concebe a si mesmo, suas idéias e sentimentos como algo separado de todo o resto. Uma espécie de ilusão de ótica da sua consciência. Essa ilusão é um tipo de prisão para nós, restringindo-nos aos nossos desejos pessoais e reservando a nossa afeição a algumas poucas pessoas mais próximas da gente.”
A frase parece ser uma extensão da segunda afirmação acima, mas na verdade ela nos mostra outra situação. Vou chamá-la de “o especialista enganado”.
Vamos imaginar que sou especialista em web 2.0. Isso me coloca como algo separado de todo o resto pois li muito a respeito, escrevi um livro, diversos artigos e dei entrevistas. Todos ao meu redor podem me ver assim. Toda vez que alguém me perguntar algo sobre web 2.0 eu estarei tão mergulhado na ilusão da minha consciência que a resposta virá fácil. Ao mesmo tempo é “inadmissível” que o especialista não saiba responder.
Talvez ele saiba a resposta de fato, mas talvez não. Nesse caso ele será “o especialista enganado”. Ele poderá estar pensando tão “dentro da caixa” – a prisão que nos restringe aos desejos pessoais, que a resposta poderá estar errada. E se ela realmente estiver equivocada? É culpa minha ou é só mais uma das falácias de ser um ser humano?
“O especialista enganado” é o meio termo entre ter conhecimento e ser arrogante. É com ele que, apesar de possuirmos a faculdade de saber, cometemos erros todos os dias. “O especialista enganado” é a mais perfeita tradução de que errar é humano.
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