Já imaginou nomes curiosos de cidades como Vai-com-Jeito (AM), Vai-Volta (MG), Vai-Quem-Quer (AM), Varre-Sai (RJ), Varre-Vento (AM) ou até Ribeirão Vai-e-Vem (SP)?
Pois todas estas existem.
E há opções menos convencionais como Rola-Moça (MG), Saco da Onça (CE) ou Terra da Morte (AM), e as que suscitam dúvidas quanto à divisão geográfica – quando os nomes das cidades se repetem, de um Estado a outro – e à ortografia.
Que o digam Campos dos Goytacazes, sem “i”, por exemplo, e São João Del Rei, sem “y”.
A grande diversidade de nomes de localidades e de municípios brasileiros acaba de ser compilada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no Banco de Nomes Geográficos do Brasil (BNGB), lançado após mais de seis anos de trabalhos de pesquisa. Ao todo, são 50 mil nomes geográficos catalogados e com a grafia oficialmente padronizada.
De acordo com a instituição, a padronização dos nomes deverá facilitar não só a localização em situações de atendimento emergencial de determinada localidade, como também o registro dela em designações geográficas mais precisas e nas investigações para solução de litígios e disputas territoriais.
Apesar de o trabalho voltado ao banco se alongar desde 2005, os pesquisadores usaram uma base de dados que vem desde a década de 1970.
O estudo priorizou o tratamento linguístico do nome geográfico levando em consideração as normas ortográficas da língua e a tradição do local, a partir de padrões preconizados pela ONU (Organização das Nações Unidas).
A catalogação padronizada dos nomes também deverá ajudar órgãos do próprio governo a localizar, por exemplo, beneficiários de programas sociais da União.
A consulta do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) já verificou vários nomes de localidades com a mesma grafia. Eles juntaram todos os nomes de cidades que tinham em num banco só e chegaram a mais de 20 mil nomes –e temos no país menos de 6 mil municípios.