A Internet foi criada com base no princípio de liberdade de expressão.
A sociedade quer que alguém seja responsabilizado quando se abusa dessa liberdade.
E as principais empresas de Internet do mundo, como Google e Facebook, estão ficando presas entre esses dois ideais de difícil conciliação.
Embora Google, Facebook e seus rivais contem com uma certa proteção contra processos judiciais por conteúdos gerados por usuários nos Estados Unidos e na Europa, as empresas ainda precisam enfrentar um público que tende cada vez mais a culpá-las por casos de ameaças e outras transgressões cometidas online.
Foi o que aconteceu em Milão, na Itália, no último dia 24, quando três executivos do Google foram condenados por um caso de transgressão no site –um veredicto que não agradou a ciberativistas, que temem que o caso possa abrir as portas para outras ações do tipo, eventualmente destruindo a Internet.
O jornalista Jeff Jarvis sugeriu em seu blog, BuzzMachine, que o tribunal italiano que condenou executivos do Google por violação de privacidade essencialmente exige que as empresas avaliem tudo o que for postado em seus sites.
“A implicação prática disso é que ninguém deixará mais que se publique qualquer coisa online, porque o risco será muito grande”, disse Jarvis no blog. “Eu não deixaria que postassem qualquer coisa aqui. Meu provedor de Internet não me deixaria publicar qualquer coisa em seus serviços. E isso acaba com a Internet.”
Outro jornalista, também surpreso, é Chris Thompson, do Slate, que afirmou: “Fico bobo de ver um veredicto tão medieval como esse”.
Já especialistas jurídicos afirmam que a decisão em Milão provavelmente acabará sendo a única do tipo, que não passará pela avaliação do tribunal de recursos italiano, muito menos estabelecerá precedentes em outros lugares.
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