A Apple acaba de apresentar, em evento nos EUA, o novo iPad Air.
Ele tem tela Retina de 9,7 polegadas, como o atual, mas é significativamente mais fino (caiu de 9,4 pra 7,5 milímetros), tem borda 42% menor e, mais importante, é bem mais leve – 450 gramas, contra 630 do antecessor.
É uma diferença bem sensível, que provavelmente fará uma bela diferença no manuseio do aparelho.
O iPad Air é uma compra bem desejável, inclusive para quem já tem iPad.
Ele será lançado nos EUA dia primeiro de novembro (no Brasil, será mais tarde).
É uma reação da Apple ao ao avanço dos tablets Android, que viraram o jogo de um ano pra cá: cresceram de 38% para 62% do mercado, enquanto a Apple caiu de 60% para 32%.
Isso não significa que ela esteja ganhando pouco dinheiro, ou que seu protagonismo tecnológico esteja ameaçado.
Mas esse movimento reproduz o que aconteceu no mercado de computadores, nos anos 80 e 90, e no de smartphones, ao longo dos últimos anos.
A Apple sai na frente, mas depois é inevitavelmente engolida (em market share) por uma avalanche de concorrentes baratos.
E aí está a cruz da questão. O iPad Air vai custar US$ 500, ou seja, bem mais que um Nexus 10, do Google (US$ 400). É melhor, mas é mais caro.
(O iPad Mini mais barato, sem tela Retina, custa US$ 300 – também é bem mais que os US$ 229 pedidos por um Nexus 7).
Isso sem falar nos tablets de marcas barbante menos conhecidas, que são mais baratos ainda e inegavelmente têm ajudado na explosão do Android, principalmente em países como o nosso, onde tudo custa caro.
O avanço dos tablets Android, como foi o dos PCs com Windows, é muito baseado no fator preço.
Com o iPad Air, a Apple não está respondendo diretamente a isso – prefere manter sua estratégia clássica, ter um produto melhor e cobrar mais caro.
Talvez dê certo. O risco é que o Google consiga reduzir ainda mais seus preços, aumentando a diferença para níveis desconfortáveis (um smartphone Nexus 5 destravado custa US$ 300, metade de um iPhone 5S destravado).
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