Da série “Vídeos mais longos na web”
Historicamente, a experiência online com vídeos sempre tem girado em torno de clipes.
Mas, agora, parece que estamos ingressando em um período de transição no qual porção maior da audiência começará a aceitar vídeos em formato mais longo.
Dancing with the Stars, um reality show muito popular que é veiculado pela rede de TV ABC, atraiu mais de dois milhões de espectadores ao site da rede, de acordo com a Nielsen.
Mas boa parte da inovação no segmento de vídeo vem sendo propelida por pessoas que – graças à disponibilidade de equipamentos de edição baratos e custos de distribuição literalmente zero – estão criando conteúdo especificamente para uma audiência online.
“Na web, os produtores têm essa deliciosa liberdade para produzir conteúdo com o comprimento que preferirem, e estão começando a tirar vantagem dela”, diz Kaplan.
Por que demorou tanto? Tom Konkle, sócio de Beeler na produção de Safety Geeks, sugeriu que a regra do “quanto mais curto, melhor” refletia limitações da internet em termos de velocidade e espaço de armazenagem. Com o aumento do poderio dos computadores, a experiência de vídeo online também evoluiu.
Alguns anos atrás, passar três minutos ‘assistindo ao computador’ parecia novidade, mas agora é prática tão comum quanto recorrer ao televisor”.
Dois anos atrás, quando o comediante David Wain estava começando a montar o primeiro episódio de Wainy Days, uma série cômica produzida e estrelada por ele, ligou para Rob Barnett, um dos co-fundadores do My Damn Channel, um serviço de distribuição de vídeo, para perguntar se um vídeo com nove minutos de duração pareceria arrastado demais para os espectadores do serviço. Barnett disse que cabia ao criador da série decidir, e Wain voltou a ligar uma hora mais tarde dizendo que havia chegado a uma decisão: dividiria o primeiro episódio em três partes.
“Aposto que, se aquele telefonema estivesse acontecendo hoje, nós teríamos optado por manter o vídeo de nove minutos”, afirma Barnett. “Acredito que a qualidade importa mais que os minutos e segundos de um vídeo”.
Em resumo, a qualidade da narrativa está se tornando mais importante que os cronômetros. “Se houver uma boa narrativa e uma boa produção, as pessoas estão dispostas a dedicar seu tempo àquele conteúdo”, disse Eric Berger, vice-presidente sênior do Crackle, um site de vídeo da Sony.
Mais que qualquer coisa, a disposição de assistir vídeos mais longos pode ser prova do amadurecimento da mídia em si. Konkle aponta que os primeiros quinetoscópios, produzidos na década de 1890, tinham cerca de 30 segundos de comprimento, porque esse método de registro requeria quantidades absurdas de filme.
“Todos aceitavam o fato de que um quinestocópio de bom tamanho devia ter 30 segundos. Era isso que os primeiros cineastas acreditavam que a plateia estava disposta a aceitar”, diz Konkle. “Quanto alguém começou a produzir curtas-metragens de três minutos, deve ter parecido um salto gigantesco de ousadia”. Os filmes de sucesso modernos, claro, têm durações da ordem das duas horas, e não de alguns segundos.
A produção que mais atraiu espectadores aos cinemas no ano passado, Batman: O Cavaleiro das Trevas, tinha mais de 150 minutos.
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