Da série “7 tecnologias que ainda não decolaram”
Desde a primeira metade desta década, o padrão WiMax, de banda larga sem fio, vem sendo alardeado como uma alternativa para levar a banda larga a lugares aonde as conexões ADSL e a cabo não chegam.
A favor dele, está o fato de que uma simples antena tem alcance de até 50 quilômetros – um fator importante, ainda mais para países como o Brasil, com vastas zonas rurais e uma escassa cobertura de banda larga.
Apesar das vantagens, a regulamentação do sistema está parada na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que precisa autorizar o leilão das faixas de frequências onde o serviço será utilizado.
“O WiMax poderia ser realidade em apenas duas frequências: 3,5 GHz e 2,5 GHz.
As duas faixas estão passando por um processo de redesenho longo e por isso não vemos a evolução do WiMax como gostaríamos”, explica Emílio Loures, o gerente de novas tecnologias da Intel.
Loures complementou afirmando que atualmente cinco empresas já oferecem o serviço no Brasil (a empresa de provimento de acesso Neovia, as operadoras Embratel, Telefônica, Oi e o grupo de telecomunicações Sinos). Essas empresas, porém, compraram o equivalente a apenas 14% de todas as faixas disponíveis. Os outros 86% ainda precisam ser leiloados pela Anatel.
Se tudo sair de acordo com o cronograma estipulado pela Anatel, o executivo acredita que o leilão aconteça entre outubro e novembro deste ano. Nesse cenário, as empresas levariam alguns meses para desenvolver suas redes WiMax, que começariam a ser oferecidas para os consumidores no primeiro semestre de 2010.
Ainda assim, Loures ressalta que esse prazo “é factível, mas não é provável”, pois depende que o processo – sujeito a consultas públicas e à definição de regras para o leilão – corra sem problemas até o fim deste ano.
Isso não quer dizer que o WiMax seja uma tecnologia condenada. Pelo contrário: de acordo com estimativas da Juniper Research, o acesso sem fio via WiMax vai gerar receitas de 15 bilhões de dólares até 2015. Antes disso, ela precisa superar problemas como os já mencionados leilões de freqüência e problemas de financiamento, que se agravaram por causa da crise econômica mundial.
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