Hoje em dia a maioria dos usuários sabe como (e porque) proteger seus roteadores wireless domésticos.
O Windows 7 e o Windows Vista até exibem um alerta quando você está conectado a uma rede sem criptografia, ou seja, completamente aberta.
Em um café, saguão de aeroporto ou biblioteca, entretanto, as pessoas frequentemente se conectam sem pensar duas vezes — e embora usar uma conexão aberta para ver os resultados do último jogo de futebol de seu time ou a previsão para seu vôo seja aceitável, ler e-mail ou fazer qualquer atividade na web que exija um login e senha é equivalente a usar um megafone no meio de uma multidão.
Em casa, tudo o que você tem que fazer é configurar o roteador uma vez, dizer a senha para seus familiares e surfar sem preocupação deitado no sofá ou numa espreguiçadeira à beira da piscina. Mas em um café, o atendente teria de dizer a cada funcionário a senha (ou chave WEP equivalente, com 26 caracteres) — definitivamente um trabalho que ninguém gostaria de fazer. Nesses casos, nada é melhor que uma senha em branco para facilitar o uso.
Entretanto, você não está completamente seguro mesmo que a rede esteja criptografada. Uma vez que seu computador conhece a senha, seus dados só estão protegidos contra pessoas que não estão na rede. Todos os outros clientes podem bisbilhotar seu tráfego porque estão usando a mesma senha.
Mas e se você acha que seus dados não são importantes o suficiente para que alguém queira espioná-los? Talvez você esteja só navegando à toa, sem se logar em nenhum sistema de webmail ou outros sites que exijam senha. Nestes casos você está seguro, certo? Não necessariamente.
Imagine que você está usando a conexão Wi-Fi no saguão do aeroporto enquanto volta de uma convenção. Em vez de ler as centenas de mensagens que o aguardam na caixa postal, você decide dar uma olhadinha nos sites dos concorrentes, procurando por idéias. Ou talvez você prefira estudar alguns potenciais alvos para aquisição.
Em segundo plano, entretanto, seu cliente de e-mail detecta uma conexão com a internet e começa a baixar suas mensagens. Um colega no escritório vê seu estado no mensageiro instantâneo mudar para “online” e envia um recado desesperado: “Problemão na fábrica. Possível recall. Chame o João AGORA!”.
Armado com nada mais que um software de análise de pacotes, um “viajante” que também participou da conferência e está na mesma área do aeroporto que você pode obter inteligência competitiva baseado apenas na lista de sites que você visitou e nas suas (provavelmente não criptografadas) mensagens instantâneas. Sem falar no e-mail pessoal do RH indicando que você está prestes a mudar de emprego, ou nas notas que relatam seus problemas de relacionamento com sua cara-metade. Em resumo, o “outro cara” está lendo suas mensagens antes mesmo de você, e você não precisou fazer nada.
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