O Brasil tem avançado na questão climática?

Sim. Apesar de vir com mais de uma década de atraso, o Plano Nacional de Mudanças Climáticas do governo brasileiro pode ser considerado um avanço.

Ele é uma tentativa de organização de esforços em curso em diferentes áreas.

Ainda há o que melhorar e carece de compromissos sólidos com a adaptação às mudanças climáticas.

* Na contramão da história, sucessivas tentativas de setores da sociedade brasileira de desmontar e descaracterizar o Código Florestal Brasileiro no Congresso Nacional põem em risco anos e anos de luta em defesa dos nossos biomas e do desenvolvimento sustentável do país.

* Avançamos, mas o Brasil tem condições de ser mais ousado. Nossas pesquisas na área de monitoramento florestal e os sistemas desenvolvidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) são considerados de ponta e excelência científica. O Brasil estuda como fazer a troca de tecnologias de monitoramento do desmatamento para benefício de outras regiões, como os demais países da América Latina − em especial os países amazônicos − da África e da Indonésia. As plataformas e programas desenvolvidos pelo governo brasileiro são de interesse e caráter público, sem fins lucrativos, possibilitando que países florestais em desenvolvimento tenham acesso à tecnologia.

* A matriz energética brasileira é uma das mais limpas do mundo, com cerca de 46% de participação de renováveis, resultado de planejamento de mais de 30 anos. Mas os tempos mudaram, e o que se vê no planejamento atual é a colheita de frutos do passado, com a perspectiva de “porque estamos limpos, então podemos sujar!”. Sustentabilidade e eficiência devem ser princípios norteadores elementares dos processos de desenvolvimento. Não é porque temos muita floresta que podemos desmatar à vontade, ou porque nossa matriz é limpa, podemos sujá-la com térmicas movidas a combustíveis fósseis, ou ainda porque etanol substitui gasolina, podemos produzir sem respeitar o meio ambiente e os trabalhadores.

* Esse é o desafio para planejadores, governantes e sociedade civil organizada. Como manter e aumentar a sustentabilidade nas cadeias produtivas e diminuir a pegada de carbono?

* Temos um peso econômico e um lugar de destaque no mundo moderno. Assim como hoje colhemos os resultados de um planejamento de 30 anos atrás, são as próximas gerações que colherão os resultados de uma política de desenvolvimento para o país verdadeiramente justo, sustentável e que gera oportunidades.

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