Parceiros do Google pedem clareza quanto a planos para a China

As empresas chinesas que vendem publicidade nas páginas de busca do Google exigiram clareza sobre os planos do gigante das buscas para a China, à medida que se intensifica a especulação quanto ao futuro da companhia no maior mercado mundial de Internet.

As demandas surgem em meio a sinais de que o Google pode em breve fechar o Google.cn, mais de dois meses depois de reagir com veemência a sofisticados ataques de hackers vindos da

China e de ter afirmado que não estava mais disposto a oferecer um serviço de buscas censurado. Google e China vêm mantendo o silêncio desde então sobre quaisquer negociações que possam estar conduzindo para resolver suas diferenças.

Uma carta supostamente enviada por 27 empresas que funcionam como representantes autorizados de vendas do Google afirma que a espera já se tornou longa demais, o que está desgastando seus negócios, assustando os funcionários e colocando grandes investimentos sob ameaça.

“Vemos um fluxo constante de informações, mas não somos capazes de prever o futuro; vemos uma queda nos negócio, e não há o que possamos fazer,” diz a carta, postada também em um site afiliado ao principal canal chinês de televisão. “Estamos esperando agora, sofrendo dor e inquietação incomparáveis.”

O Google recebeu a carta e a está considerando, afirmou sua porta-voz Jill Hazelbaker.

Muitos dos signatários, procurados pela Reuters, não comentaram sobre a carta, ou disseram desconhecê-la.

Alguns disseram que nem a sua afiliação com o Google.cn e nem a disputa entre a empresa e o governo haviam prejudicado seus negócios, embora outros tenham reconhecido hesitações de parte de clientes inseguros quanto ao futuro do Google na China.

“Não queremos que o Google se retire; acreditamos que a empresa nos fornecerá uma explicação convincente,” disse uma gerente de atendimento a clientes na Suzhou Universal Internet Media, acrescentando desconhecer o conteúdo da carta.

O Wall Street Journal citou uma fonte anônima que confirmou o conteúdo da carta, mas acrescentou que nem todos os signatários haviam se envolvido em sua redação.

As empresas vendem publicidade vinculada a buscas nas páginas de retorno do Google.

(Reportagem de Chris Buckley e Michael Wei)

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