O Projeto Gutenberg é um esforço voluntário para digitalizar, arquivar e distribuir obras culturais através da digitalização de livros.
Fundado em 1971, é a mais antiga biblioteca digital.
A maioria dos itens no seu acervo são textos completos de livros em domínio público.
O projecto tenta torná-los tão livres quanto possível, em formatos duradouros e abertos, que possam ser usados em praticamente quaisquer computadores.
História
O Projecto Gutenberg foi iniciado por Michael Hart em 1971. Hart, um estudante na Universidade de Illinois, obteve acesso a um supercomputador Xerox Sigma V no Laboratório de Pesquisa de Materiais da universidade. Através de uns operadores simpáticos, recebeu uma conta com uma quantidade de tempo de computação virtualmente ilimitada; o seu valor na altura tem sido calculado variavelmente entre os 100.000 ou 100.000.000 dólares.
Hart disse que queria “retribuir” esta oferta fazendo algo que pudesse ser considerado de grande valor.
Este computador em particular era um de 15 nodos na rede de computadores que se tornaria a Internet. Hart acreditava que um dia os computadores estariam acessíveis ao público em geral e decidiu disponibilizar obras de literatura em formato electrónico de graça. Usou uma cópia da Declaração de Independência dos Estados Unidos que tinha na sua mochila e este foi o primeiro texto-e do Project Gutenberg. Deu o nome ao projecto em honra de Johannes Gutenberg, o impressor Alemão do século XV que impulsionou a revolução da prensa móvel.
Em meados dos anos 1990, Hart geria o Projecto Gutenberg a partir do Colégio Beneditino de Illinois. Juntaram-se ao esforço mais voluntários. A maioria do texto era introduzido manualmente até que os digitalizadores de imagens e os programas reconhecimento óptico de caracteres foram melhorando e se tornaram mais largamente acessíveis, o que tornou a digitalização de livros mais fazível. Hart chegou mais tarde a um acordo com a Universidade Carnegie Mellon, que concordou administrar as finanças do Projecto Gutenberg. À medida que o volume de textos electrónicos aumentava, os voluntários começaram a tomar conta das operações diárias que Hart vinha executando.
Em 2000 foi registada no Mississippi uma organização sem fins lucrativos, a Project Gutenberg Literary Archive Foundation, Inc., para gerir as necessidades legais do projecto. As doações que lhe são feitas são dedutíveis nos impostos. O voluntário de longa data do Projecto Gutenberg, Gregory Newby, tornou-se o primeiro presidente executivo da fundação.
Também em 2000, Charles Franks fundou o Distributed Proofreaders, que permitiu que a revisão dos textos digitalizados fosse feita de uma forma distribuída, entre vários voluntários pela Internet. Este esforço aumentou enormemente o número e a variedade de textos que são adicionados ao Projecto Gutenberg, bem como tornou mais fácil para os novos voluntários começarem a contribuir. Em 2006, os mais de 9.600 livros produzidos pelo DP compreendiam mais de 45% dos mais de 20.000 livros do Projecto Gutenberg.
Pietro Di Miceli, um voluntário Italiano, desenvolveu e administrou o primeiro sítio do Projecto Gutenberg e iniciou o desenvolvimento do primeito Catálogo em Linha do Projecto. Nos seus dez anos neste papel (1994–2004), as páginas do Projecto ganharam um grande número de prémios, sendo muitas vezes recomendadas em listas dos “melhores da Rede” e contribuindo para a popularidade do Projecto.
Com início em 2004, um catálogo em linha melhorado tornou os conteúdos do Projecto mais fáceis de navegar, aceder e ligar.
O Projecto Gutenberg é agora hospedado pelo ibiblio na Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill.