A trajetória da HP com tablets é conturbada.
Em 2010, a empresa tentou combater o iPad com o Slate, promovendo diferenciais que logo se mostraram dispensáveis, como Flash e porta USB.
O Slate saiu seis meses depois do tablet da Apple, custando mais caro, e fracassou.
No ano seguinte, veio o Touchpad, com o promissor sistema webOS, mas com hardware ruim. Foi detonado pela crítica e extinto em pouco mais de um mês.
A investida mais recente da empresa no ramo, o Slate 7, se destaca apenas pelo preço: R$ 699, bem menor que o de tablets com tamanho próximo, como o iPad mini (a partir de R$ 1.299) e o Samsung Galaxy Tab 2 7.0 (a partir de R$ 899).
O preço baixo –para os padrões brasileiros– vem às custas de sacrifícios como a tela de baixa resolução e os parcos 8 Gbytes de armazenamento, especificações que convivem paradoxalmente com o áudio da Beats, grife famosa por fones de ouvido caros com graves acentuados.
Mas a performance do Slate 7 surpreende: além de aguentar bem tarefas triviais, como leitura de e-mails e exibição de vídeos, ele roda sem problemas até games pesados, como “Real Racing 3”.
Suas limitações seriam toleráveis se não fosse um detalhe fatal: a falta de GPS o impede de rodar apps como o Instagram, o Foursquare e o Yelp, que exigem o recurso.
Apesar de a versão do Android ser a defasada 4.1 (a atual é a 4.3), a HP fez bem ao não desfigurar o sistema do Google, que vem praticamente “puro”.
Não há modificações ou adições além de configurações do áudio da Beats e um aplicativo para conectar impressoras sem fio da HP.
O Slate 7 oferece uma experiência melhor que a de tablets ainda mais baratos de marcas desconhecidas, mas as consequências da falta de GPS são graves demais para justificar a compra.
Melhor gastar um pouco mais.
COMPARTILHAR