Há cerca de um ano, o irmão de Muqtar Ali foi morto com um tiro no meio do movimentado mercado de Bakara, na capital da Somália, Mogadíscio, e os 200 dólares que tinha no bolso na hora foram roubados.
Ali afirma que, caso existisse na época o novo serviço de transferência bancária por celular, lançado pela maior operadora de telecomunicações do país no mês passado, seu irmão estaria vivo.
A empresa de telecomunicações Safaricom foi a primeira a lançar o serviço no país vizinho do Quênia, que hoje conta com 8 milhões de usuários.
Além de poderem fazer transferências de dinheiro para familiares e amigos, as pessoas também podem pagar contas de luz e até receber dividendos de companhias.
A Hormuud Telecom, maior operadora da Somália com mais de um milhão de assinantes, afirmou que desenvolveu seu próprio software para o serviço de tranferências bancárias, o SAAD, mas contou com a ajuda da Safaricom em oficinas e consultorias.
O novo serviço deve reduzir os riscos de segurança ligados à necessidade de se carregar grandes quantidades da moeda somali no bolso nos mercados das regiões sul e centrais do país, marcadas por anos de conflitos.
Após se registrarem no serviço, os clientes podem fazer depósitos através da operadora de celular, e assim comprar créditos de telefone. Eles também podem transferir dinheiro para outras pessoas registradas no serviço.
“Fiquei muito triste quando soube da pior notícia da minha vida, da morte do meu irmão. Ele vinha tranferir dinheiro para minha loja quando os assaltantes o mataram”, disse Ali.
“Eu acredito que a vida do meu irmão teria sido salva se esse serviço existisse na época”.
(Reportagem adicional de Abdiaziz Hassan e David Clarke em Nairóbi)
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