Consultamos fotógrafos que costumam utilizar o celular para seus cliques.
Toni Pires, de 46 anos, criou o projeto coletivo UaiPhone (veja aqui), que hoje reúne 30 fotógrafos profissionais no mundo todo fazendo registros com o smartphone.
Uma das dicas que ele dá se refere ao flash. “Coloco uma ou duas camadas de fita adesiva branca fosca no flash para atenuá-lo e deixar a foto menos branca”, ensina.
“Odeio flash e desabilito sempre. Na minha visão, o flash acaba tirado completamente o ambiente das fotos, especialmente no iPhone”, comenta a fotógrafa profissional Erica Modesto, de 30 anos. Inspirada em cenas do metrô do Rio de Janeiro, Erica iniciou o projeto “Pensamentos Subterrâneos” (veja aqui) em agosto de 2011.
Para compensar, Erica busca um apoio para o aparelho, o que evita imagens tremidas. “Geralmente consigo estabilidade apoiando o cotovelo na barriga ou em algum lugar. Além disso, o iPhone tem um programinha de timer para ajudar a identificar o momento exato do clique”, explica.
Um tripé portátil é uma boa ferramenta para fazer fotos com baixa iluminação. O fotógrafo Fabrício Cavalcanti, de 34 anos, produziu seu próprio acessório para fixar o aparelho na produção de fotos e vídeos profissionais com smartphones. “Coloquei uma porca de parafuso no celular com a dimensão da rosca do tripé”, conta o profissional, que faz fotos urbanas como no projeto “La Fiancée Française” (“a noiva francesa”) iniciado em 2010 (veja aqui).
Defeito vira efeito
Fã de fotos em preto-e-branco, Erica diz que deixa para dar esse efeito no computador e faz as fotos em cor. “Se deixar por conta da câmera, pode sair sem contraste.”
Mesmo algumas deficiências de captação de luz da câmera móvel podem ter um lado positivo. “Infelizmente o celular não tem espaço para ter uma lente grande, o que limita a entrada de luz e interfere quando o usuário se mexe”, observa o executivo de tecnologia Marcos Sêmola, de 41 anos, que abraçou a fotografia de rua como hobby em 2007. “Mas às vezes, se quero produzir uma imagem propositalmente ‘granulada’, o que seria um defeito vira ‘efeito’ a meu favor”, afirma.
Como escolher o celular
Se a fotografia for um item decisivo para a compra do celular, mais do que a quantidade de megapixels, o consumidor deve observar o tempo de resposta entre acionar a câmera e fazer o clique, e o sistema de processamento da imagem, dizem os fotógrafos.
“O número de pixels é importante para quem deseja ampliar fotos, mas não é essencial para postar imagens em um blog ou na rede social”, explica. Outra dica é verificar a procedência da lente.A qualidade da foto depende muito mais dela e já há marcas de celular que utilizam lentes consagradas na fotografia.
Mas a regra mais importante para os especialistas é saber qual tipo de fotografia deseja fazer.
“Na maioria dos casos, as pessoas gostam de registrar eventos sociais e viagens”, afirma Sêmola.
“O melhor conjunto é ter noções de fotografia e verificar se o seu estilo é atendido pela câmera do celular”, conclui.
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