Os entrevistadores e as empresas estão cansados das entrevistas, pois ninguém dá notícias depois delas.
É isso que acontece com você?
Bom, tenho um segredo para contar, é poderoso, porém, exige aquele “extra” da sua parte, não seja preguiçoso!
O candidato, normalmente, faz a entrevista e espera ansiosamente uma resposta, que muitas vezes não vem, pois as empresas e os entrevistadores têm outras preocupações.
Como mudar essa situação?
O segredo é mandar uma elegante carta ou e-mail para cada um dos entrevistadores. O conteúdo deve ser bem vendedor, identificando os pontos-chave das necessidades do empregador e como você pode solucionar o problema da empresa. Aproveite para adicionar informações que não foram apresentadas na entrevista, seja cativante e mostre que você é diferente do resto dos candidatos entrevistados, que você tem aquele “extra”.
Eu, pessoalmente, utilizei esta técnica para conseguir o meu primeiro emprego no Brasil.
Estava nos Estados Unidos, infeliz e dando aula como professor de Finanças (ganhando pouco…). Apareceu um anúncio no jornal para a vaga de gerente-geral de um fabricante de máquinas agrícolas. Eu respondi ao anúncio e, para minha surpresa, me chamaram para uma entrevista num hotel de Chicago, ao lado do aeroporto. A distância era grande – 500 KM da minha casa, em Michigan -, mas peguei meu carro e consegui chegar na hora marcada.
A entrevista ocorreu, mas senti que, apesar do meu novo Ph.D., eu não tinha causado aquela boa impressão para fechar a venda. Na volta para casa, escrevi uma carta para o recrutador, frisando os requisitos do trabalho e explicando como eu tinha tudo para solucionar o problema da empresa. Enviei a carta e uma semana depois me chamaram para mais uma entrevista, porém, desta vez, em Houston, no Texas.
Bom, peguei o avião e fui para Houston. Tive duas entrevistas, voltei para Michigan e, imediatamente, mandei duas cartas para as pessoas que me entrevistaram, vendendo à beça…
Logo depois, veio um convite para visitar a fábrica da empresa, em Indiana, e peguei novamente o meu carro para andar os 200 KM até a fábrica. Voltei para casa e repeti a dose: mais uma carta para as pessoas em Indiana e também para o chefão em Houston, dizendo como eu tinha interesse pelo trabalho e porque eu tinha a solução do problema deles.
Recebi outro telefonema me pedindo para ir a Houston, de novo. Foram quatro horas de avião e cheguei lá pensando “Agora vou receber uma oferta de emprego para aquela tão sonhada vaga de gerente-geral!”. A entrevista em Houston foi uma surpresa: me perguntaram se eu não gostaria de trabalhar no Brasil. Respondi na hora, sem hesitar, que sim! Minha experiência anterior de seis anos no deserto de Atacama, no Chile, e o Ph.D. em Negócios Internacionais começaram a pagar seus dividendos…
Voltei para casa e mandei mais cartas, desta vez enfocando um novo desafio, que estava em Londrina, no Paraná, para montar uma fábrica de silos para armazenar cereais. Enfatizei nas cartas que eu falava em espanhol – muito parecido com o português – e que, como engenheiro, montar fábricas era comigo mesmo!
Passou algum tempo e me telefonaram, dizendo que estavam muito interessados em mim, mas que eu tinha que passar por uma série de testes com um psicólogo em Chicago. Marquei data e hora – tudo acertado! Mas começou a nevar, nevar e nevar! Na noite anterior à entrevista, tudo estava coberto por um 1,5m de neve, todos os aeroportos estavam fechados e as estradas, intransitáveis. Fiquei desesperado, pois minha grande chance estava escapando!
Levantei às 2h, tirei meu carro na neve e iniciei os 500KM para Chicago, a 50KM/h. A entrevista estava marcada para às 11h e eu cheguei em Chicago no horário, cheio de neve. A cidade estava parada e o escritório do psicólogo tinha uma secretária e mais nada.
Eu expliquei a ela que tinha viajado 500KM para estar lá pontualmente, no meio da neve e que, por favor, trouxesse o psicólogo da casa dele. Duas horas depois, começaram os testes e entrevistas. Na volta para casa, as estradas já estavam limpas e formulei uma bela carta sobre “determinação” para mandar ao psicólogo. Enviei a carta e, logo depois, recebi a oferta dos meus sonhos, para ser presidente da empresa Rejotec, em Londrina.
No processo de entrevista para conseguir este emprego eu devo ter mandado, no mínimo, 15 cartas de follow-up, e acredito que elas foram um grande diferencial.
Recomendo que você faça o mesmo!
Seguramente, você está pensando que cartas são do “tempo do onça”, que hoje em dia se mandam e-mails… E é verdade! Use o e-mail, mas lembre-se de que quando chega uma carta na mesa de alguém, hoje isso é um evento que chama a atenção.
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Thomas A. Case, Ph.D.
Fundador do Grupo Catho