Cuba diz que exportação de tecnologia dos EUA é ação subversiva

Cuba afirmou que a decisão dos Estados Unidos de liberar a exportação de programas de Internet que permitem conversas online e acesso a redes sociais é parte de um plano de “subversão e desestabilização” para derrubar o governo comunista.

Funcionários do governo norte-americano anunciaram na semana passada que permitirão a empresas de tecnologia oferecer serviços a Irã, Sudão e Cuba, na esperança de que a medida ajude os cidadãos desses países a se comunicar com o mundo exterior.

“Ao anunciar a medida, o governo dos Estados Unidos expressou claramente que o seu objetivo era utilizar essas mídias, esses serviços, como ferramenta de subversão e desestabilização,” disse Josefina Vidal, diretora do Ministério do Exterior cubano para assuntos da América do Norte, de acordo com reportagem de uma rádio cubana.

Foi a primeira reação oficial cubana quanto ao assunto.

A decisão do Departamento do Tesouro norte-americano se seguiu a uma petição do Departamento de Estado para que fossem concedidas isenções ao cumprimento de sanções existentes que permitiriam a empresas como Google e Microsoft exportar software livre para esses mercados.

Vidal disse que as novas medidas para oferecer serviços de Internet à ilha não são uma forma de flexibilizar o embargo imposto por Washington a Cuba há quase meio século, mas sim uma “manobra agressiva,” de acordo com a Radio Reloj, uma emissora estatal.

“Fica demonstrado uma vez mais que o governo norte-americano não está interessado em flexibilizar sua política e nem em desenvolver comunicações normais com Cuba, mas só em estabelecer canais que facilitem seu trabalho subversivo,” ela declarou.

Cuba e EUA são inimigos desde a revolução liderada em 1959 por Fidel Castro, substituído dois anos atrás na presidência do país por seu irmão mais novo, Raúl.

O presidente Barack Obama prometeu “retomar” as relações com Cuba e eliminou algumas das restrições a norte-americanos de origem cubana que visitem o país e enviem dinheiro a seus familiares, mas afirma que não apoiará a suspensão do embargo a não ser que Havana liberte seus prisioneiros políticos e dê amostras de avanço quanto às questões de direitos humanos.

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