Os smartphones e tablets se tornaram aparelhos que realizam uma série de tarefas.
E, em algumas ocasiões, eles também contam com a ”avançada” função de fazer chamadas.
A evolução desses dispositivos fez com que eles, praticamente, sejam como computadores e, como seus “irmãos maiores”, precisam ter um processador adequado para as ações que o usuário for realizar no eletrônico.
Como os processadores de computadores convencionais, há uma série de características que o consumidor deve levar em consideração.
E para ajudar (ou atrapalhar) há uma série de fatores e particularidades nos aparelhos que podem servir como diferencial no desempenho.
Porém, segundo especialistas da área de processadores consultados pela reportagem, a regra geral para a escolha do processador de aparelhos móveis diz respeito a dois fatores, que também são os mais divulgados pelas marcas ao venderem dispositivos: o número de núcleos que o chip tem e o clock do processador.
Regras para escolha de um processador
Quanto maior o clock (quantidade de GHz) do processador, mais cálculos ele consegue fazer.
Os núcleos ajudam o processador a dividir tarefas. Quanto maior a quantidade, mais o processador tende a usar a energia do aparelho de forma inteligente.
Comprar um tablet ou smartphone com alto clock e com vários núcleos pode custar caro. Avalie se, de fato, você precisa de um aparelho avançado.
Outro fator que deve ser levado em conta na hora da compra é o uso do aparelho.
Não adianta alguém querer um smartphone ou tablet com processador de quatro núcleos, sendo que o único objetivo é navegar na internet e fazer ligações.
Um aparelho topo de linha nesses casos pode ser desperdício de dinheiro (pois, quanto maior o clock e a quantidade de núcleos, mais caro é) ou uma aquisição para durar por mais tempo.
Velocidade do processador
Quando alguma companhia diz que um processador tem um clock de 1 GHz, isso significa que ele realiza um bilhão de ciclos por segundo.
“Basicamente, essa informação determina quantos cálculos o processador consegue fazer“, explicou Hélio Oyama, diretor de marketing de produtos da Qualcomm, companhia que desenvolve processadores para smartphones e tablets.
Geralmente, quanto maior o clock do processador, mais cálculos ele pode realizar e, consequentemente, apresentar um desempenho mais rápido.
No entanto, há uma série de recursos (que, geralmente, não são comentados durante a venda dos aparelhos) que o influenciam.
“Outros fatores como GPU (unidade de processamento gráfico), quantidade de núcleos de processador e até o sistema operacional do aparelho influenciam na velocidade do dispositivo”, disse Arnaldo Tavares, gerente de vendas da Nvidia, empresa que também desenvolve processadores.
A recomendação para o usuário leigo é verificar o clock do processador e tentar testar o aparelho (tablet ou smartphone) antes de adquiri-lo.
Pois, pode ocorrer de um aparelho ter uma alta capacidade para fazer cálculos, mas não ter um bom desempenho gráfico ou um sistema operacional para aproveitar bem esses recursos.
Núcleos
Os núcleos são pequenos processadores dentro de um chip principal, que compartilham o mesmo semicondutor.
O que realmente importa sobre os aparelhos com mais de um núcleo é o fato de eles terem a capacidade de dividir tarefas.
Eles podem tanto executar um aplicativo mais rápido, como rodar diversos aplicativos simultaneamente.
“Durante um jogo, por exemplo, em um momento em que exige grande processamento, o sistema entende e disponibiliza mais núcleos para atuarem. Em outro momento em que há menos exigência de recursos, o processador entende o recado e diminui o uso de núcleos“, comenta Oyama, da Qualcomm.
Esta capacidade, de adequar o uso de processadores à tarefa realizada pelo dispositivo móvel, traz melhor eficácia no consumo de energia do aparelho.
“Ao utilizar múltiplos núcleos em um processador, podemos também reduzir o clock dos mesmos, já que as tarefas podem ser distribuídas. Isso ajuda a reduzir o consumo de energia do processador“, informa Tavares, da Nvidia.
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