Porque o iPhone e o iPad não usam Flash

Em carta aberta publicada no site da Apple, Steve Jobs listou algumas das razões para não utilizar o Adobe Flash em aparelhos como o iPad ou iPhone.

O documento, intitulado “Toughts on Flash” (“Pensamentos sobre o Flash”) começa reconhecendo a “longa relação” entre as companhias.

“Nós conhecemos os fundadores da Adobe quando eles ainda estavam em sua garagem.

A Apple foi seu primeiro grande cliente, adotando sua linguagem Postcript em nossas então novas impressoras Laserwriter.

A Apple investiu na Adobe e possuiu cerca de 20% da companhia por muitos anos”, escreveu Jobs.

Ele diz ainda que atualmente as companhias ainda trabalham juntas para servir seus clientes com interesses comuns – usuários de Mac compram cerca de metade dos produtos do Adobe Creative Suite, segundo Jobs.

Em seguida, vêm as críticas. O primeiro ponto listado é o fato de os produtos Adobe Flash serem 100% proprietários. “Nós realmente acreditamos que todos os padrões pertencentes à web deveriam ser abertos. Em vez de usar Flash, a Apple adotou o HTML5, CSS e JavaScript – todos padrões abertos”, afirmou Jobs.

Outro ponto destacado pelo líder da Apple é a segurança: “Recentemente, a Symantec destacou o Flash por possuir um dos piores recordes de segurança em 2009. Nós também sabemos em que o Flash é a razão número um para crash nos Macs”.

Jobs diz ainda que o Flash foi desenvolvido para computadores que usam mouse, não para telas sensíveis ao toque. “A maioria dos sites Flash precisará ser reescrita para suportar aparelhos baseados em tecnologia touch. Se os desenvolvedores precisam reescrever seus sites Flash, por que não usar tecnologias modernas como HTML5, CSS e JavaScript?”, questionou.

Ao final da carta, ele afirma que a era móvel é para aparelhos que consomem menos energia, interfaces de toque e padrões abertos de internet, “áreas em que o Flash é pequeno”. “A avalanche de aplicativos para aparelhos móveis da Apple demonstra que o Flash não é mais necessário para assistir a vídeos ou consumir qualquer tipo de conteúdo para web. Novos padrões abertos criados na era móvel, como o HTML5, irão triunfar em aparelhos móveis (e PCs também)”, resumiu Jobs.

Adobe responde às críticas

Em entrevista ao jornal “The Wall Street Journal”, o CEO da Adobe, Shantanu Narayen, respondeu as críticas feitas por Jobs. Ele riu da ideia de o Flash ser considerado fechado. “Flash é uma especificação aberta”, disse.

Em resposta à “razão mais importante” de Jobs, o desejo da Apple de não ter nenhum intermediário entre seus desenvolvedores e o iPhone, iPod Touch e iPad, Narayan apontou para 100 aplicativos já criados em Flash e aprovados para a App Store. No entanto, não comentou o ponto de Jobs, de que embora seja mais fácil para desenvolvedores, ele criaria uma barreira no sentido da implementação de integração entre plataformas.

Para Narayen, a carta aberta de Jobs foi apenas uma “cortina de fumaça”. As restrições da Apple não teriam “nada a ver com tecnologia”.

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